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O poder da aceitação… Homenagem ao Viktor Frankl

Aquela cerca nunca fora tão bela! Os fios lineares percorriam toda a extensão do campo, até quase se perder de vista, para então, num ângulo de 90º, continuar por um montão de espaço, contornando as construções acinzentadas. Por detrás dela, erguiam-se os morros queimados pelo inverno rigoroso. A vegetação era muito rala, mas mesmo assim, contrastando com o fundo do céu de um azul profundamente azul, deixava uma impressão de um quadro impressionista. O ar estava frio e entrava feroz em minhas narinas, e um vento leve castigava o meu rosto, já meio desidratado e avermelhado. Mas mesmo assim, a sensação de liberdade era indescritível.
O divino parecia presente. Não, não era verdade. Ele estava presente! Era a única presença que se podia perceber! Descobri neste momento que ele sempre estivera presente, antes mesmo de existirem as cercas, os guardas, os prisioneiros.
Ele estava presente em cada um dos gestos dos algozes, em cada grito de desespero dos meus companheiros, em cada lágrima derramada pela dor e fome, em cada berro enraivecido dos soldados que se fizeram violentos.

O arame farpado carregava pedaços de tecidos do uniforme listrado dos meus amigos, e também pedaços de carne, que ali ficaram como marcas do desejo de liberdade, que os fugitivos achavam que estava do lado de lá da cerca…
E eu estava livre! Do lado de dentro da prisão e… absolutamente livre! Não havia raiva dos soldados, nem medo da dor ou da perda. Eu estava livre como os corvos que voavam grasnando por sobre minha cabeça.
A liberdade, descobri, estava dentro da minha mente. E o sofrimento também. A vida não acontecia fora de mim, mas dentro. E eu podia escolher viver livre ou viver sofrendo! E escolhi a liberdade, mesmo vivendo num campo de horrores!

A vida como ela é…

Presto uma homenagem no texto acima à vida e obra do psiquiatra austríaco Viktor Frankl, judeu, prisioneiro durante quatro anos em Auschwitz, o temível campo de concentração polonês. Este excepcional homem, intelectual respeitabilíssimo e fundador da chamada Terceira Escola Vienense de Psiquiatria, contemporâneo de Freud e Adler, criador da logoterapia, podia ter visto toda a sua carreira e trabalho naufragado, deixando-se abater pelo desânimo, medo e sofrimento diante de uma morte quase certa.
Mas ele transformou este destino que poderia ser trágico no grande aprendizado da sua vida, e percebeu na prática, convivendo com as terríveis condições do campo de extermínio, que não é o sofrimento físico e emocional que derruba o homem: é a recusa em aceitar a vida como ela é: suas doenças, suas crises, seus acidentes, suas tragédias, seus problemas…
Frankl descobriu que a falta de aceitação é uma fuga da mente, que impede o ser humano de viver integralmente e descobrir o sentido da própria vida. A mente está fechada em si, no que acha que são seus problemas, e não consegue ver mais nada que isso.

O que temos que aceitar?

Em nosso trabalho diário, encontramos muitas pessoas perdidas em seus problemas. Não há nenhum problema em… ter problema! A questão é: o fato de ficar transitando em torno dos problemas só traz mais… problemas! Muitas das coisas que carregamos conosco não são nossa bagagem: verificamos que um fator extra-mente faz com que tenhamos um estranho senso de responsabilidade pelos problemas dos nossos familiares, sejam eles pais, irmãos ou filhos.
Aceitar os nossos problemas, porém, deixando os problemas dos outros, mesmo que sejam parentes próximos, para eles, é prova de amor e sabedoria. Esta percepção é trabalhada em nosso consultório através da terapia de constelação familiar e sistêmica, com resultados fantásticos: a sensação de liberdade pode chegar à mesma sensação que Frankl sentiu, ao perceber-se livre, mesmo vivendo num campo de extermínio, estando perto da morte em vários momentos.
Aceitar é extremamente simples, mas pode ser também muito doloroso, porque teremos que transformar crenças que permaneceram em nossas mentes durante anos, décadas… Aceitar que o gordo é belo. Aceitar que existe a morte e a perda. Aceitar que é possível ser feliz com dívidas. Aceitar a separação. Aceitar a injustiça para conosco. Aceitar inclusive o próprio medo, ciúme ou inveja. Aceitar até o não conseguir aceitar. Este trabalho de autoconhecimento realizamos com programação neurolingüística, embora existam diversos outros caminhos que podem ser utilizados.
A partir daí, o ser humano está apto a perceber o seu sentido de vida, que será absolutamente individual, único. Somente livre do peso desnecessário, estará pronto para voar. Somente livre de crenças limitantes, o ser poderá tomar posse da sua própria missão, que não é nada criada pela mente, mas surge como uma energia arrebatadora, onde fica impossível de resistir ao seu apelo.

Convido você a repensar a sua vida: se por um instante, um milagre eliminasse todos os problemas que o preocupam, qual seria o rumo da sua vida? Alguma força arrebatadora o impeliria rumo a um lugar desconhecido, mas excitante? Não? Sim? Se a resposta é afirmativa, talvez esta seja a sua missão. Se não, que tal descobrir este caminho prazeroso, onde os problemas perdem o sentido, e o verdadeiro sentido de vida surge radiante? Para isso, só é necessário uma coisa: querer.

Alex Possato é consultor de marketing pessoal, diretor do Nokomando-soluções sistêmicas, companheiro e sócio da trainer alemã Theresa Spyra, e realiza trabalhos e workshops de constelação familiar sistêmica, constelação estrutural , programação neurolingüística PNL. Trabalha com formação e acompanhamento de terapeutas e psicólogos na área sistêmica e como assessor de marketing e imagem pessoal. Conheça a programação do Nokomando – clique aqui

Próxima constelação familiar sistêmica em grupo, em São Paulo, com a alemã Theresa Spyra – clique aqui
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É preciso entender rapidamente o que significa enxergar. Você já parou para pensar nisso? Já se perguntou se o que você vê é realidade? Pois é, sou obrigado a dizer que não. Não é realidade. Da mesma forma que uma fotografia é apenas uma cópia de um instante limitado, o que achamos realidade é uma seqüência de instantes que percebemos com os nossos órgãos dos sentidos, que captam luz, cheiros, calor, sensações, transformam isso em impulsos eletromagnéticos e são decodificados no cérebro, através das idéias que você acredita. Vou dar um exemplo bem prático: se você vê um homem apertando severamente os braços de uma criança, gritando com ela na rua, e a arrastando calçada abaixo, pode sentir-se extremamente ofendido e “tomar as dores” da criança. Acha que está ocorrendo um abuso de autoridade. Pode, inclusive, chamar a polícia. Porém, uma outra pessoa pode simplesmente olhar a cena e pensar: é um pai dando disciplina para o filho. Percebeu? A imagem é a mesma, mas a interpretação é totalmente diferente.

A pessoa que vê abuso, está certa, segundo os padrões dela. E a pessoa que vê disciplina e educação, também.

E tudo o que você vê na vida é assim. É uma opção ver o mundo com olhos compreensivos ou críticos.  Mundo é bom ou mau, ou muito pelo contrário, como dizia vovô. E será que, conforme o que vemos do mundo, estamos influenciando a saúde ou a doença em nossos olhos? Será que a nossa mente, nossos pensamentos e emoções criam doenças e prejudicam a saúde e… por outro lado, pode também reverter o quadro? A mente tem o poder de curar o corpo? A resposta é: sim! A mente que acredita na saúde como sendo a real natureza humana, ao invés de focar-se na doença e nos problemas, é o princípio básico para a cura.

 

A cura da cegueira

 

Sempre me espantou o relato bíblico das curas que Jesus realizava, em relação aos cegos. Mesmo criança, ao ouvir o velho padre alemão e seu indefectível sotaque carregado falar sobre os milagres, eu, ainda em calças curtas, ficava num misto de espanto e incredulidade. Mesmo sem entender e, as vezes, aceitar que a fé possui um forte incentivo ao restabelecimento da saúde, ao crescer, deparei-me com a questão das curas ditas impossíveis. Não apenas no âmbito religioso, mas principalmente observando a história de seres humanos comuns, como eu e você, que, ao se virem frente-a-frente com uma doença ou problema físico, resolveram vê-los como uma oportunidade de manifestarem a força vital da cura… em si mesmos. Meir Schneider, ucraniano que nasceu com catarata congênita e, após cinco cirurgias mal sucedidas, foi declarado oficialmente cego aos sete anos de idade, é um destes casos. Recusando-se a reconhecer-se cego, adaptou o método do americano William Bates de exercícios da visão, incorporando massagens, exercícios físicos e, obstinadamente, entregou-se ao trabalho diário de vencer a escuridão. Sob os olhares descrentes de conhecidos, amigos e familiares, após 18 meses de trabalho intenso de até 13 horas diárias, Meir voltou a enxergar. Adulto, residindo hoje nos Estados Unidos, criou e desenvolveu o método self-healing de auto-cura, que utiliza a capacidade natural do ser humano se recuperar a saúde “esquecida” em algum momento do passado.

 

A saúde dos olhos

 

Portanto, uma das primeiras idéias para a recuperação de problemas de visão, como miopia, cataratas, astigmatismo, glaucoma, entre outros, é permitir se ver saudável. Nenhum tratamento, seja ele alopático, alternativo ou natural, resiste à pessoa que olha para si mesma e se vê doente, em sua essência. A essência de qualquer ser humano é vida, é saúde. Segundo os hindus, prana. Segundo os chineses, chi. A partir desta premissa, é possível trabalhar corpo-mente-emoções-sistema familiar, restabelecendo a sua saúde física, psíquica e sistêmica, abrindo um campo para que se manifeste novamente a saúde em sua vida. Quatro pontos específicos podem e devem ser trabalhados, neste processo:

 

relaxamento: o estresse é um dos fatores primordiais na miopia, segundo Meir Schneider. “muito poucas pessoas nascem com miopia, a maioria delas desenvolve a miopia. Nossos exercícios incluem relaxamento, o ajuste a diferentes frequências de luz, aprender a olhar diferentes detalhes do que estamos acostumados, mudar nossos hábitos visuais, como prestar atenção na visão periférica e olhar longe e todos esses exercícios liberam muitas pessoas de usar óculos.”

crenças e emoções:  segundo a terapeuta da visão Sylvia Lakeland, nossa companheira de trabalho, “aquilo que não quero ver” é um importante componente emocional a ser trabalhado, no processo da cura da visão. O psicólogo alemão Thorwald Dethlefsen diz exatamente isso, discorrendo sobre a miopia: “a miopia força o míope a encarar de perto o que de fato lhe diz respeito. Ela traz o ponto de visão mais aguda para perto dos olhos, aproxima-o da ponta do nariz. Com esse processo, a miopia demonstra de forma física o alto grau de subjetividade do míope, além de ajudá-lo a conhecer-se tal qual é. Na verdade, o autoconhecimento genuíno leva necessariamente as pessoas à sua subjetividade. Se elas não a puderem ver (ou enxergarem muito mal) então a pergunta eficaz é: o que é que não quero ver? E a resposta é sempre igual: eu mesmo.”

– treinamento dos músculos dos olhos: O relaxamento da mente e da musculatura ocular é fundamental para melhorar qualquer deficiência visual. Os olhos são órgãos, que trabalham cerca de 17 horas por dia e, mesmo durante o sono, se movem e o nervo ótico é estimulado.

sistema familiar: a ciência atual crê na origem genética de diversos tipos de doenças. Indo por um caminho paralelo, a terapia da constelação familiar sistêmica demonstra que causas emocionais do passado familiar podem causar sintomas e doenças, já que este carrega, inconscientemente, estes fatores emocionais que influenciam diretamente o seu sistema biológico. Ao serem expostas estas causas ao cliente, abre-se um espaço para a solução do sintoma. Bert Hellinger, terapeuta alemão criador deste processo terapêutico, diz: “às vezes, através de uma doença manifesta-se algo que o doente não quer reconhecer, por exemplo: uma pessoa, uma culpa, um limite, seu corpo, sua alma, uma tarefa e um caminho que deve seguir. A doença obriga a uma mudança. Por isso, o terapeuta alia-se ao motivo e ao objetivo da doença, por exemplo, com a pessoa excluída, com a culpa refutada, com o corpo desprezado, com a alma abandonada, com a misericórdia e a chance que se revelam na doença.”

 

Como você vê, a recuperação da visão através de um processo natural, que trabalha o corpo, as crenças e emoções é possível. É necessário querer, em primeiro lugar. Em segundo, perceber-se como um ser holístico, formado por corpo, hábitos de vida, hábitos alimentares, pensamentos, emoções e sistema familiar. Você é você, mas também você é seu pai e mãe, avôs e avós, e assim sucessivamente. A sua saúde depende da sua consciência de quem você é. E das atitudes que você toma a partir desta consciência. Vou encerrar este artigo com as palavras de Meir Schneider, alguém que, por ter recuperado a sua visão após a cegueira, é a pessoa mais abalizada a falar sobre isso: “a sua visão pode melhorar. Digo isso com segurança, mesmo que o seu oftalmologista diga o contrário. Não tem importância se a sua visão pode ou não ser corrigida com óculos, se a perda da visão é pequena ou se você é quase cego, ou se a origem do seu problema é genética, ambiental, um trauma, ou mau uso dos olhos; você pode dar o passo seguinte em direção a usar os seus olhos com maior eficiência.”

 

Alex Possato é consultor e diretor do Nokomando-soluções sistêmicas

 

Workshop “Cuidar dos seus olhos, melhorar a sua Visão”, com Sylvia Lakeland  e participação da terapeuta familiar sistêmica, Theresa Spyra – próximo dia 25 de abril. Clique aqui para maiores informações (http://www.adijon.com.br/workshop_visao.php)

 

Workshop “O que eu preciso ver – Constelação sistêmica & Self Healing para problemas da visão”, trabalho conjunto da técnica self-healing, com a terapeuta da visão Sylvia Lakeland, e a constelação familiar sistêmica, com Theresa Spyra – dias 16 e 17 de maio – clique aqui

Compartilho do pensamento da hipnoterapeuta ericksoniana Sofia Bauer, experiente terapeuta brasileira, autora do livro Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo, e por isso transcrevo um trecho do seu escrito.

Com certeza, estas palavras ajudarão você, psicólogo, coach ou terapeuta, a se situar melhor em relação à cura…

O que posso dizer sobre a cura? Bem… a cura é o estado natural do ser humano. É o estado natural meu e seu. Um paciente que vem até o seu consultório, embora possa crer firmemente que está doente ou com problemas, na verdade, ele apenas está focado numa pequena parte do seu próprio ser, que é saudável e completo. Por isso, um terapeuta ou psicólogo não tem o dom da cura. A cura não pode existir, já que a doença também não existe. Vamos dizer que, ilusoriamente, o paciente imagina-se doente e assume o papel de doente. Cabe ao terapeuta, em primeiro lugar, aceitar que o paciente se veja doente. Mas não aceitar que o paciente “é doente”. Vou repetir: o paciente “se vê doente”, mas ele “não é doente”.

E então, o que fazer? Bem… cada terapia com a sua técnica. Mas todas elas devem respeitar a busca do cliente pela sua própria cura. E esta cura é sempre um processo de dentro para fora. Não existe algo milagroso, seja uma técnica ou produto, que curar alguém de fora para dentro. Lembre-se que a cura é apenas um restabelecimento do natural, uma quebra da ilusão de doença que o paciente carrega consigo. Como será feito esta quebra, depende sempre da vontade do cliente e da paciência e carinho do terapeuta. Até que ponto será o efeito? Quanto tempo demora para a cura? Não importa… basta a nós, terapeutas, fazermos o melhor para o cliente… e aceitar qualquer coisa que venha a acontecer, porque assim é a vida… Não somos nós que inventamos doenças e nem que curamos alguém… Talvez, a função mais nobre do terapeuta seja acolher a alma do paciente, reconfortá-lo e dar-lhe a confiança perdida em algum ponto da sua caminhada…

Já falei de mais… vamos ao texto da Sofia?

 

Alex Possato, consultor de marketing pessoal com especialização em PNL do nokomando-soluções sistêmicas

 

“Aos que começam agora, que fique registrado que também na hipnoterapia também ocorrem insucessos. Não se pode querer curar tudo! Cura é uma palavra questionável. Você ajuda, apóia, mostra caminhos, ressignifica e assim mesmo encontra obstáculos maiores.

Devemos observar várias questões. Transferência negativa, contratransferência negativa, falta de motivação, procura da magia, compulsão à repetição, falta de técnica adequada, pressa, etc.

Aprendi com Jefrey K. Zeig, que a postura de incompetente, de em princípio não saber como ajudar seu cliente, é imprescindível. Se você entra como dono do saber, você prejudica sua visão do caso. Força uma atitude de ter que dar conta. Agora, se você entra aberto, dizendo a si mesmo que sobre a pessoa em questão você não sabe nada e vai aprender a conhecê-la, aprender como ela fez para ficar assim, com tal problema, o que ela quer mudar, qual a disponibilidade para isto, você está tomando uma postura de abertura às possibilidades de cura.

Isso o ajuda não apenas a reconhecer qual é o problema da pessoa, mas também quais as potencialidades que ela traz consigo. A postura de abertura, respeito e amor ao paciente ajudam muito no sucesso do tratamento. Dessa maneira você não julga, não faz diagnóstico fechado. Você tem uma depressão, depressão se trata assim. Mas você pensa: ela está deprimida, o que a levou a ficar deprimida, o que ela já passou para estar assim agora, como ela era antes de tudo isto? É o respeito, é a busca dos recursos, é o amor. Com isto, mesmo que a motivação não seja lá grande coisa, você pode ajudar a aumentar a motivação à cura. Se você aceita o paciente, procura descobrir o que ele tem de bom, observa o que é sofrimento para ele; o paciente é capaz de perceber a abertura, o respeito e coopera. Ele sentiu-se recebido, respeitado e aceito, mesmo estando com um problema e não tendo algo incurável.

Nos casos em que a procura se manifesta quase como um desejo de que a hipnose magicamente resolva seu problema, é necessário esclarecer as coisas. Hipnose não é mágica. Você põe alguém em transe, diz meia dúzia de palavras e plin! Solução imediata. Acorda-se do transe curado. Isto não existe. Às vezes ocorrem as sincronicidades. A pessoa quer muito uma determinada coisa (emagrecer, parar de fumar, parar de gaguejar, etc.) e você faz a indução. Ela sai do transe pronta! Ela já vinha se curando, através do seu desejo de cura. A hipnose foi apenas um empurrão. Estes casos costumam tornar-se mitos. Fulano fez uma sessão de hipnose e pronto, curou-se! Mas, na realidade, isto acontece em poucos casos. É a fé mais a técnica se unindo num momento muito oportuno. Mas a intenção e o desejo de melhora já vinham sendo administrados pela pessoa. Neste momento aparece o “santo” terapeuta, faz a “mágica” hipnose e tudo se resolve! Belo! Nós é que ficamos em apuros quando chega algum cliente que deseja curar-se dessa maneira. Mas não deixe de ajudar. Agora, seja honesto. O que funciona para um, não é o mesmo que funciona para o outro. Há questões como o tempo, o ritmo que funciona para o outro. Há questões como o tempo, o ritmo e o momento que cada pessoa vivencia dentro de seu problema.

A hipnose ajuda, mas não faz milagres. Você pode usar de apenas uma sessão, como pode levar até anos em alguns casos.

O que você não pode é trabalhar sem a motivação do cliente, ele apenas acreditando que você vai fazer o milagre da cura. Pelo que pregamos, a hipnoterapia é feito pelo cliente. Este torna-se o terapeuta de si mesmo. Você se torna apenas um guia que mostra caminhos Quem conhece melhor o seu cliente? A sabedoria interior que habita a mente dele.

Por que então, mesmo respeitando o cliente, lhe dizendo que não podemos fazer mágica, ainda assim ocorrem casos de insucesso? Pense na questão da transferência de ambos, terapeuta e cliente. Isto é muito importante. Como você pode cuidar de alguém que você não gosta? Como pode alguém ser cuidado por outro de quem ele não gosta? Não é bom. Veja isto desde o começo. Encaminhe a outro colega, seja honesto, caso sentir que você não está gostando do caso. Pare e pense por que você sentiu tais sentimentos. É uma boa hora para refletir. E, do mesmo modo, deixe o cliente livre para ir embora. De um modo geral, cliente insatisfeito vai embora por conta própria. Insucesso? Tudo pode ser visto como gosto, preferências e ajustes.

Uma coisa importante é a compulsão à repetição, vinculada à pulsão da morte, ela conduz o cliente a repetir o mesmo, sem sair do seu problema. Aquele cliente que vem de muitas análises interrompidas. Tome cuidado! É preciso minar este padrão, porque também será um insucesso. Você pode minar o padrão, porque também será um insucesso. Você pode minar o padrão, fazendo ajustes bem menores do que aqueles que o cliente vem procurar. Ele quer muito e, se você der, ele irá jogar fora. Mas se você for dando aos pouquinhos pode ser diferente, talvez ele não perceba que você está dando algo tão bom e receba. E, de pouquinho em pouquinho, você vai ganhando confiança para alcançar o que é grande lá na frente.

Devo falar um pouco daquilo que Milton H. Erickson chama de cliente universitário. É aquele paciente que passa de um terapeuta para outro, sem sucesso em nenhuma terapia. Por vezes, procura excelentes terapeutas, mas é sempre caso de insucesso.

É bom ver a questão do fazer tudo para não fazer nada e manter o problema. São aqueles pacientes que enganam a si mesmos, e, por vezes, sentimo-nos impotentes em resolver tais questões.

Outro aspecto a considerar aqui é ver que esses pacientes têm dificuldade em aprofundar. A eficácia do tratamento depende da motivação em querer ir a fundo no que gera o problema.

Fique atento! Você não tem que ser dono do suposto saber. Mas, nesses casos, é preciso redobrar sua atenção e focalizar se há alguma brecha para fazer apenas “alguma coisinha” pela pessoa um pouco mais profunda.

Na minha clínica, vejo os insucessos ocorrerem pelos motivos citados acima. Acredito que, quando uma pessoa quer se curar, tem bastante motivação e você, suficiente respeito e amor para tratá-la, já ultrapassaram metade do caminho. Muitas vezes, falta o conteúdo teórico ou a prática, ou ambos. Se você tiver a humildade de conduzir o caso com calma, não querendo dar mais do que sabe, não cometerá nenhum pecado grave. É bem provável que acerte! Isto é o que eu posso dizer.

Respeito até mesmo as falhas, como grandes aprendizagens, e posso reconhecer que, às vezes, foge ao nosso alcance ajudar determinado cliente.

Existe uma analogia interessante que eu gostaria de fazer através deste relato:

Um cliente é um castelo… tem suas forças armadas em pontos estratégicos… prontos para atacar qualquer um “diferente” que queira invadir o castelo… se você entra pela porta da frente (ataca o problema em questão, de cara)… os soldados vão atirar-lhe as flechas… os canhões… Mas sabemos que todo castelo tem lá sua passagem secreta… que sai na floresta… e por que não entrar pela floresta… procurar a entrada secreta (algo comum a você e ao cliente, de que ele goste, para adquirir a confiança)? E assim você entra sem ser visto… vai se infiltrando na fortaleza… minando o castelo…

 

Sofia M. F. Bauer, Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo, Livro Pleno, 2002

 

Theresa Spyra, terapeuta alemã de constelação familiar e estrutural sistêmica, Máster PNL e estudos de hipnoterapia com o suíço Hans Zimmemannatendimento presencial e online, individual e em grupo em São Paulo – clique aqui!

Trabalho com terapia, cursos e treinamento. Mas também provo do meu próprio veneno: sou “terapiado”. Já quis muito consertar minha família e mudar o meu passado. Achando que tinha como. Pai alcoólatra, mãe neurótica, criação rígida pelos avós, tudo isso não me descia pela garganta. Ficava entalado, e eu achando que sabia melhor, era melhor que eles.

Até que tive a minha própria família. Que seria perfeita. Minha casa, meu trabalho… Mas que… carregando tantas cobranças do passado, como viver a minha própria vida? Como estar presente no papel de pai, se eu estava preso ao papel do meu pai? Como ser companheiro da minha esposa, com tanta mágoa da minha mãe? Como acolher se eu não sabia acolher?

Bem, neste caminho, já se vão quase quinze anos. E posso dizer, sem dúvida, que somente após fazer a constelação familiar sistêmica, algumas vezes, e entrar neste mundo inconsciente, obscuro mas fascinante das emoções enraizadas nos laços familiares, comecei a estar presente na minha vida. Deixo de viver para consertar algo que, simplesmente, se foi, e não é da minha alçada.

Este vídeo é uma gravação recente de uma viagem onde pude voltar energizado de uma viagem à mãe natureza virgem e acolhedora, na Reserva Ecológica da Juréia Itatins, praia da Barra do Uma, litoral sul. E uma homenagem à minha família, que finalmente consigo enxergar e curtir.

 

Alex Possato

Consultor e diretor do nokomando-soluções sistêmicas

 

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“A anatomia de um script, que trata não de um pequeno segmento da vida, mas de toda a tragetória de uma vida humana, desde o nascimento, ou talvez antes, até a morte, ou talvez mais, é, naturalmente, mais complexo…

Um script é um programa continuado, desenvolvido no início da infância sob influência Parental que dirige o comportamento do indivíduo nos aspectos mais importantes da sua vida.

Continuado – movendo-se continuamente para a frente. Isto implica em irreversibilidade, uma rua de uma só mão. Cada passo faz com que se aproxime mais do final.

Programa – um plano ou esquema a ser seguido. Significa que existe um plano, que é um esquema de ação, projeto, desenho; a maneira como se propõe a executar algum procedimento.

Influência Parental – transações reais com os pais ou seus equivalentes. Isto significa que a influência é exercida de forma específica e observável num momento específico.

Dirige – a pessoa precisa seguir diretivas, mas tem livre escolha em assuntos nos quais s diretivas não se aplicam. Em alguns casos há uma diretiva especial que diz: “Vire a carta ao contrário”, que significa “nesta área faça o contrário do que eu disser”.

Aspectos importantes – no mínimo casamento, educação de filhos, divórcio e maneira de morrer, se esta for escolhida.

 

A cura do script

 

À medida que se libera de sua programação Parental, sua Criança torna-se cada vez mais livre. Num certo momento, com o auxílio do terapeuta e do seu próprio Adulto, ele será capaz de romper com seu script inteiramente, encenando o seu próprio espetáculo, com novos personagens, novos papéis, novo enredo e novo desfecho. Tal cura do script que altera seu caráter e seu destino, é também uma cura clínica, pois a maioria dos sintomas serão aliviados por sua redecisão. Isto pode acontecer repentinamente, de modo que o paciente ‘mergulha de cabeça’  diante dos olhos do terapeuta e dos outros membros do grupo. Deixa de ser uma pessoa doente ou um paciente, mas uma pessoa que está bem e que tem algumas incapacidades e fraquezas com as quais pode agora lidar objetivamente.

 

Eric Berne – O que você diz depois de dizer olá

 


Emaranhamentos e identificação – constelação familiar sistêmica

 

Situações não-resolvidas do passado expressam-se em relacionamentos posteriores sob a forma de ações impulsivas e deslocadas ou de sentimentos exagerados. A identificação com outra pessoa gera impressões como “parece que não sou eu” ou “alguma coisa tomou conta de mim”. Sempre que uma pessoa exibe emoções inusitadamente fortes ou comportamentos incompreensíveis, nos termos da situação atual, podemos suspeitar da existência de alguma complicação sistêmica. Isso também é verdadeiro quando a pessoa tem dificuldades inexplicáveis para conversar com outra ou reage de maneira incompreensível – como se estivesse sob o jugo de conflitos e ansiedades invisíveis. Pessoas que teimam sempre em ter razão costumam estar com emaranhamentos. Quanto ‘brigam’  com veemência e mordacidade excessivas, talvez estejam representando algum outro membro do sistema. Havendo um bode expiatório na família atual, usualmente houve outro na geração anterior e convém observar isso com cuidado. Qualquer reação ou emoção exagerada, deslocada ou ampliada pode denunciar uma identificação.

 

A cura do emaranhamento (identificação)

 

Um aspecto importante na solução de emaranhamentos é descobrir quem está faltando na família, quem foi dela excluído e, em seguida, conscientizar essa pessoa para que a união familiar se complete. Em regra, o excluído é aquele que sofreu ou foi vítima de alguma injustiça. Aos olhos dos outros membros, era quase sempre considerado mau, tendo sido alijado do sistema familiar porque isso parecia moralmente justo e correto. Em tais casos, os que permanecem sentem-se superiores do ponto de vista moral. A dinâmica nuclear é que alguém, no sistema, recorre a um pretexto moral para reivindicar um privilégio sistemicamente injustificado, ou seja: ‘Eu tenho mais direito de pertencer que você’.

A pressão do grupo para restaurar todos os seus membros e preservar a integridade exige que uma pessoa mais nova represente a excluída. A integridade do grupo frequentemente é mantida por identificação – um jovem, sem ter consciência disso, assume os papéis, as funções e até os sentimentos de um membro mais velho excluído.

 

A identificação pode ser resolvida se a pessoa mais jovem, que estiver repetindo o destino de uma pessoa mais velha, compreender o problema. Ela então enfrentará o excluído ou ficará ao seu lado, dando-lhe afetuosamente um lugar em seu coração. O afeto cria um relacionamento, e a pessoa alijada torna-se um amigo, um anjo da guarda, um amparo. Afinal, a identificação é o contrário do relacionamento. Quando me identifico com alguém, ajo e sinto como ele, mas não posso amá-lo porque não o considero como uma outra pessoa. Eu só posso amar quem está separado de mim. Se amo uma pessoa separada de mim, meu amor dissolve toda identificação que eu possa ter arquitetado. A pessoa identificada pode então voltar ao seu devido lugar na família, restabelecendo-se dessa forma o equilíbrio do sistema.

 

Bert Hellinger – A Simetria Oculta do Amor

 

Veja como a constelação familiar sistêmica acelera o processo do reconhecimento dos scripts inconscientes e libera a emoção envolvida na questão, sem a necessidade da antítese do script. Clique aqui

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10 dicas para o terapeuta se divulgar e criar sua estratégia de marketing pessoal

A não comunicação também é uma comunicação, que está dizendo: eu não existo! Logo, quem não existe, não precisa de cliente, certo? Está certo que o terapeuta não é Bom-bril nem Casas Bahia, mas a propaganda é essencial. Quando trabalhei junto com a psicóloga Elaine Gubeissi de Lucca, ela me dizia que o Conselho Regional de Psicologia proibia a propaganda… não sei se isso era neura dela ou verdade, mas desta relação e amizade que tive com ela, surgiram dois livros (baixe aqui gratuitamente o livro Regressão – a evolução da terapia de vida passada), destaque para ela na mídia e para o seu trabalho sério e competente. Portanto, é propaganda, certo?

 

O que você, consultor, psicólogo, terapeuta ou profissional holístico deve perceber é que, caso você queira muitos clientes e tornar-se um destaque na sua área de atuação, deve aprender a criar a própria imagem pessoal, realizar um trabalho de marketing em cima de si mesmo e… dar a cara para bater! Pois é, a quantidade de clientes que você atende está diretamente ligada à sua estratégia de marketing pessoal, ao seu posicionamento dentro do mercado, ao seu foco e nicho de mercado.

O problema é que divulgar a si mesmo não se aprende na faculdade nem nos cursos de terapia por aí… Alguns já têm nato esta coisa de “pendurar a melancia no pescoço” e aparecer… Mas lembra-se que, antigamente, a pessoa que aparecia era duramente criticada pelos “outros”? É… aparecer não é uma coisa que todos fazem. Já existem outros, que pela própria paixão pelo trabalho, terapeutas que fizeram da sua vida uma verdadeira missão, ao transcender a si mesmos no trabalho, não vêem o menor problema em divulgar-se.

Mas não estou falando para estes dois tipos de profissionais: o “aparecido” nem o “missionário”. Falo para você que, assim como eu, não nasceu sabendo vender o seu peixe.

Vou deixar 10 dicas para o terapeuta, psicólogo, consultor, coach ou profissional holístico divulgar a si mesmo, e criar sua estratégia de marketing pessoal. Vamos a elas?

 

1 – Descubra quem você é. No mercado, existem milhares de pessoas com a mesma formação que a sua. Mas só você “é o cara”, com habilidades só suas, conhecimentos só seus, a sua personalidade peculiar, o seu tom de voz, o seu jeito;

2 – Assuma-se exatamente do jeito que você é, com os defeitos e virtudes. Tem milhares de clientes que gostam de você como você é;

3 – Divida o atendimento ao seu cliente em duas partes: venda e trabalho terapêutico. Quando o cliente chega até você, ele só quer saber se você vai resolver o problema dele. Cabe a você convencê-lo que vai;

4 – Lembre-se: a terapia não começa no atendimento. Atendimento é acolher e vender a sua imagem ao cliente. Terapia vem depois;

5 – Descubra o perfil do cliente que você gosta de atender. Aja como um caçador, ou pescador, ou predador – mas não mamãe, nem papai – você é um profissional;

6 – Reduza o seu nicho de mercado. Se você trabalha com problemas de saúde, quais problemas tem atendido melhor? Por exemplo, obesidade. Mas, então, você percebeu que é espiritualista. Então, que tal trabalhar com obesidade e as questões espiritualistas da obesidade. Mas você percebe que quer ganhar bem. O que acha: obesos espiritualistas da classe A e B?

7 – Não gaste tempo, dinheiro e energia em propaganda convencional, principalmente em revistas e jornais ou material gráfico caro. A não ser que estes veículos sejam extremamente focados no seu público-alvo. Dedique-se a se divulgar pela internet. Dá Ibope e é muito barato, as vezes, grátis!

8 – Você não é Casas Bahia. É um profissional autônomo e o seu cliente quer você, não uma empresa. Divulgue o seu nome pessoal. Crie um nome artístico para si, de boa sonoridade e de preferência, curto.

9 – Esqueça currículos com um monte de títulos. Se tiver. Se não tiver, não se importe. O seu cliente quer saber o que o seu trabalho traz de benefícios a ele. Por exemplo: o que adianta saber que você é PHD em psicologia em Harvard? O cliente vai se interessar se você disser: você será aliviado e acolhido em relação aos seus problemas de relacionamento ou conjugais.

10 – Venda emoções. Acostume-se a olhar as próprias emoções e a assumi-las. Se até o McDonald’s vende emoções, porque um terapeuta quer ser somente técnico: faço floral, massoterapia, psicanálise, constelação, regressão… Quem quer saber disso? O cliente quer saber os benefícios emocionais que ele ganha com o seu trabalho. Para isso, você, como terapeuta, também deve ser um expert em emoções!

Alex Possato é consultor e terapeuta de imagem pessoal (quer desbloquear e mostrar a sua cara para o mundo?), parceiro da trainer alemã Theresa Spyra, especialista em constelação sistêmica  nokomando-soluções sistêmicas

 

Lá vamos, nós! Acho que não é necessário dizer que o terapeuta deve cuidar da mente, corpo e espírito, certo? Eu e Theresa temos algumas opções que gostamos de fazer, para estarmos bem conosco mesmos, e prontos para atender nossos clientes. E trilha é uma dessas coisas que adoramos, faz bem para o corpo e para a alma. Hoje vou relatar uma caminhada bem legal, fácil de fazer, que está aqui em São Paulo mesmo: a trilha da Pedra Grande.

Extensão: 9,6 km (ida e volta)
Características ambientais: flores atlântica do planalto
Atrativos: vista panorâmica de São Paulo, Bosque do Lago das Carpas e Museu
Dificuldade: média

É uma trilha toda asfaltada, na verdade, uma antiga estrada, que sobe até a Pedra que dá o nome. Vi senhoras e crianças fazendo, e por isso, é para qualquer idade. Vale a pena. Quem mora em São Paulo, deveria conhecê-la, pelo menos uma vez na vida. A vista da cidade é belissima, vale a pena! O ar, a mata, a infraestrutura do local, tudo muito bom para pessoas que desejam curtir, sem muita aventura.

Alex Possato e Theresa Spyra são diretores do Nokomando-desenvolvimento sistêmico, trainers em constelação familiar sistêmica

Início da caminha. Começo é só subida

Início da caminha. Começo é só subida

Folhas, mato, estrada

Folhas, mato, estrada

Theresa vai na frente

Theresa vai na frente

A primeira visão da cidade...

A primeira visão da cidade…

Chegamos ao alto! A pedra é grande... a vista, também!

Chegamos ao alto! A pedra é grande… a vista, também!

Que tal? Já viu São Paulo desse ângulo?

Que tal? Já viu São Paulo desse ângulo?

Uma "casa" suspensa... pensei até em fazer umas dinâmicas aqui...

Uma “casa” suspensa… pensei até em fazer umas dinâmicas aqui…

Detalhes de madeira

Detalhes de madeira

O lago das carpas. Metade do caminho. Agora é voltar

O lago das carpas. Metade do caminho. Agora é voltar

Eu, o lago... cadê as carpas?

Eu, o lago… cadê as carpas?

 

copnstelação familiar sistêmica, em São Paulo, com a alemã Theresa Spyra

constelação familiar sistêmica, em São Paulo, com a alemã Theresa Spyra

Gostaria de dizer como as Constelações Familiares se desenvolveram e como continuam a se desenvolver, segundo a minha experiência. No início, as Constelações Familiares eram, no fundo, uma forma de Psicoterapia. Portanto, nós as oferecíamos no contexto da psicoterapia e para pessoas que procuravam psicoterapia. Frequentemente eram pessoas que estavam doentes de corpo e alma. As Constelações Familiares as ajudaram. A postura que tínhamos era a do treinamento psicoterápico, na qual tínhamos sido treinados e para o qual estávamos direcionados. No início, isso marcou muito as Constelações Familiares.

Qual era a postura? Era a idéia de que aqui está um cliente, um necessitado e ali um terapeuta, que foi treinado em determinados métodos e agora conhece as Constelações Familiares e as utiliza no sentido da Psicoterapia. E, na verdade, não era terapia individual, porque aqueles que se utilizavam das constelações já tinham ultrapassado esse momento. As Constelações Familiares se desenvolveram no contexto da Terapia Familiar. Como terapeutas, fizemos algo seguindo aquilo para o qual tínhamos sido treinados. E estávamos treinados a fazer algo. Constelávamos as famílias dessa forma também. Nós deixávamos que eles os constelassem; então interferíamos segundo as nossas idéias e também o que tínhamos aprendido sobre as ordens de relacionamentos e procurávamos uma solução. Primeiro olhávamos para o problema e então procurávamos a solução. Isso trouxe muita bênção.

 

Ir com a alma

 

Então ficou óbvio que os representantes são muito mais importantes do que imaginamos, no início. Revelou-se que eles estavam em contato direto com um campo maior e trouxeram algo à luz, simplesmente porque se deixavam levar pelos movimentos que os impulsionavam, por aquilo que ia além daquilo que no início descobrimos sobre as ordens do amor.

De repente fomos confrontados com situações totalmente diferentes e com outros movimentos. Portanto, deixamo-nos conduzir cada vez mais por esses movimentos, que contradisseram muitas vezes as nossas idéias.

Então alguns tentaram interrompê-los e, ao invés de esperar por aquilo que se mostrava, interferiam. Foi necessário um certo tempo até que vi –agora falo de mim – que se eu suporto que é necessário esperar e se me exponho ao que se mostra, chegamos a uma profundidade que vai muito além da psicoterapia. Aqui somos levados de repente a entrar em contato com poderes fatais, perante os quais falhamos.

De repente vemos, por exemplo, que alguém se sente atraído inexoravelmente para a morte. Ou alguém sente que precisa morrer. Com quais métodos que aprendemos na psicoterapia podemos, então, fazer algo aqui? Podemos realmente fazer algo? Ou aqui a ajuda chega a um limite onde o soltar se torna importante? E onde a ajuda real começa, quando deixamos de agir? Uma outra força assumiu aqui a liderança. Eu me deixo levar por essa força e, de repente, sei se devo fazer algo e o que devo fazer, mesmo se no início, algumas vezes, pareça ser absurdo. Mas eu vou com esse movimento e então resulta algo que nunca poderia ter previsto antes.

Portanto, isso vai além do contexto da terapia familiar e, por fim, da psicoterapia. Portanto o que começou com as Constelações Familiares tornou-se um ir com a alma. Qual alma? Não a própria, não a do cliente, não a do representante, mas uma alma que atua em todos da mesma maneira.

Se entrarmos em sintonia com essa alma, ficamos seguros. Nós permanecemos parados perante algo impalpável, e o impalpável fica de repente palpável no resultado.

 

Bert Hellinger, Ordens da Ajuda, Atman – Pgs 232/233

 

Leia a avaliação sobre o livro “Ordens da Ajuda”, de Bert Hellinger, pelo consultor Alex Possato. Clique aqui!

 

Grupo de Trabalho e Estudo de Constelação – em 12 Etapas, com a facilitadora alemã Theresa Spyra, em São Paulo – clique aqui e saiba mais!

Resolvi iniciar o nosso papo deste Blog “Ser Terapeuta” com um assunto muito comum e que provoca bastante o terapeuta e psicólogo: a transferência. Qual é a pessoa que não fica com um pé atrás quando percebe que o cliente colocou expectativas irreais sobre o terapeuta, e espera, inconscientemente, que a cura lhe seja apresentada numa bandeja dourada?

O monge e doutor em psicologia alemão, Anselm Grün, explica assim este processo: “Se duas pessoas se amam, o seu amor tem força curativa. As feridas da infância consistem geralmente na falta de amor, na experiência de rejeição, ofensa, depreciação, frieza e ódio. E só o amor pode curar tais feridas. Isso não se aplica somente ao amor dos apaixonados, mas também ao processo terapêutico. O que em última análise cura o paciente não é o método psicológico que o terapeuta usa, mas o amor que ele lhe oferece, ou, como exprime Rogers: o interesse irrestrito, valorizador, a empatia, a atenção incondicional, positiva. O paciente necessita da experiência da aceitação incondicional do terapeuta para poder trabalhar a sua escassez de experiência de amor na infância.” Anselm Grün, Morar na casa do Amor, Edições Loyola.

Embora concorde com Grün, devo fazer uma ressalva: o psicoterapeuta não oferece amor. Amor é a essência do universo, é algo que não está em posse de ninguém. O terapeuta permite que o amor flua por ele, dentro do trabalho terapêutico. Não é o ser humano ou a técnica que cura, mas a capacidade de permitir o fluir do amor no tratamento, em primeiro lugar, por parte do terapeuta, e em segundo, do cliente. É um exercício de desapego e de “não querer curar ninguém”. Na verdade, de não ver ninguém doente.

Na terapia de constelação familiar sistêmica, um dos pilares do trabalho iniciado pelo psicoterapeuta Bert Hellinger é a necessidade do equilíbrio do dar e receber. Dentro de uma relação equilibrada entre paciente e terapeuta, os dois devem dar e receber na mesma medida. Quando o cliente se posiciona como o doente e o profissional como alguém que tem mais a dar, perde-se a possibilidade do equilíbrio, e a cura não ocorre. Hellinger explica: “Os ajudantes (terapeutas) ficam na mesma situação dos pais, lugar onde se colocaram através desse querer ajudar. Passo a passo, precisam colocar limites aos que procuram ajuda, decepcionando-os. Então, estes desenvolvem freqüentemente, em relação aos ajudantes, os mesmos sentimentos que tinham antes em relação aos pais. Dessa maneira, os ajudantes que se colocaram no lugar dos pais e talvez até queiram ser melhores que os pais tornam-se para os clientes iguais aos pais deles”. Bert Hellinger, Ordens da ajuda, Atman.

Mas como que um cliente ou paciente, que está precisando de cuidados, pode dar? Ele não procura o terapeuta buscando uma solução? Pois é, ele procura, e por isso, de certo modo, ele provoca a transferência, ou seja, joga a responsabilidade da cura para o terapeuta. Como Freud explicou, é uma atitude inconsciente, positiva ou negativa, não condizente com o trabalho profissional realizado. Pode ocorrer então a contratransferência, que seria a mesma atitude inconsciente, do terapeuta em relação ao cliente, que cria um obstáculo à analise, segundo a teoria freudiana.

Aí esse jogo deve ser quebrado. Quando o terapeuta se coloca como um igual ao cliente, ganhando a confiança dele e propondo que ambos busquem, em conjunto, a solução, o cliente passa a dar na mesma intensidade que o terapeuta. A partir disso, ambos estão abertos para que algo maior possa acontecer.

Mais sobre constelação sistêmica? Conheça o trabalho da facilitadora alemã Theresa Spyra, do Nokomando, em São Paulo clique aqui!